É cafona chamar alguém de “do bem”. Isto se verifica observando as pessoas que são consideradas “do bem”. Trata-se, na maior parte dos casos, de gente malvestida. De cabelo ruim e desarrumado. Exemplo: Betinho, o sociólogo da campanha contra a fome.
Além do papo ingênuo – que é brega, porque denota falta de refinamento intelectual - de quem leva a sério as categorias de bem e de mal. E se distinguir por ser “do bem” deprecia. Significa que o cara chama atenção por honra, não por beleza física, bom gosto, inteligência, repertório cultural e talentos.
Estética e sofisticação precedem dignidade e retidão. Já mencionei o Betinho. Tudo bem que ele estava fisicamente debilitado pela AIDS, contraída por intermédio de transfusões de sangue em função de hemofilia. Mas aparecia na mídia com roupas puídas. Camisas de algodão vagabundo, que deixavam à mostra o tronco ossudo dele. As calças pareciam ser de tergal. Não dava vontade de ajudar.
Outro exemplo: vegan. Recusam-se a usar produtos compostos de matérias-primas de origem animal e acabam bem mal-ajambrados. Uma vez conheci uma garota desse tipo que usava umas sandálias com tiras feitas de barbante. Aquilo ficava sujo. Fora uns calçados de plástico – devia ser biodegradável, eles se ligam nessas coisas – e pano que certamente davam um puta chulé. Pior que existem roupas, sapatos e outros acessórios de couro sintético. Não entendo por que esse pessoal não se arruma.
Prefiro ser engambelado – se tiver que ser – por pessoas compostas. Uma mulher longilínea. Que veste vestido preto, terninho ou jeans casual-chic ajustados ao corpo dela. Faço questão que alguém assim tente me dar um golpe. Pode ser financeiro e até mesmo sexual.
Esse pessoal que se diz “do bem” ou é muito magro ou é bastante gordo. Há vegetarianos que por acharem imoral comer bicho se entopem de massas e doces. Terminaram parecendo porcos, elefantes ou gatos gordos. Comam peito de frango grelhado e fiquem alinhados, caramba.
Os cabelos também são lamentáveis. Todo ongueiro que vejo tem cabelo de aparência suja. E as mulheres “do social” nem se penteiam. Alisamento e escova para elas seriam a minha contribuição ao bem comum. A exceção é a Viviane Senna. Já era refinada e continuou depois que passou a comandar uma instituição beneficente.
Espero jamais ouvir ou ler “Marcelo Amaral é do bem”.