terça-feira, 10 de março de 2009

Revelação: por que emagreci

Perguntam-me por que eu resolvi emagrecer. Claro que a maioria vem com os clichês "Está apaixonado?" e "Tem mulher na jogada?". Vou revelar o que acontece. Há muitas mulheres na jogada. Várias. Mas não tem nada que ver com relacionamento e transa. Sou portador de autossuficiência afetiva e sexual. A questão é que quando eu estava gordo muitas mulheres viam em mim a figura de pai de família. Não sei bem os motivos. Não me interessa saber. O fato é, que em todos os meus círculos de convivência, a maior parte do mulherio dizia que eu tinha cara de bom marido e bom pai. Que merda.

Isso me incomodava. Podem achar o que quiserem de mim. Exceto duas coisas. Uma delas é essa de pai de família. A outra seria de bicho-grilo. Mas posso ficar tranquilo. Jamais aparentei ser bicho-grilo. Ando arrumado. E sou muito ligado em coisas materiais, principalmente artigos de luxo. Achei que se entrasse em forma - junto com esse meu pendor metrossexual - poderia destruir essa imagem de marido e pai. Queria ter cara de conquistador. De mulherengo. Até de viado. Contanto que me livrasse da percepção de "benzinho", "amor" e "papai".

As que me consideram reprodutor eram, na maior parte, gordas. Elas me viam com o par perfeito para formar com elas uma família moletom. Falo daquele casal que vai com os filhos sábado à tarde passear em algum shopping. A mulher, uma baleia, de conjunto de moletom rosa. Parece um bicho de pé. O doce bicho de pé. Só falta polvilhar açúcar refinado em cima. O marido de moletom cinza. Barriga caindo. As crianças também de moletom. Correndo. Entrando nas lojas. E os pais esbaforidos atrás. Eu queria sair fora dessa fantasia.

Parece que estou conseguindo me desvencilhar da cara de pai de família. Um exemplo. Há poucos dias encontrei com duas moradoras antigas do meu prédio. Conheço-as há mais de 20 anos. Uma divorciada, sem filhos. A outra casada desde de sempre com o mesmo homem, mãe de dois rapazes, na faixa dos 30 anos, um deles, trouxa, já casado. A casada sempre me pergunta quando vou casar. Nem precisei responder dessa vez. A divorciada mandou: "Agora que ele tá assim bonitão, cê acha que vai querer casar? Vai é curtir".

Quem sabe agora serei atacado por uma mulher pegadora. Não vai acontecer nada em termos sexuais. Sou frígido. Mas quero ser atacado.

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