quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Calor não é humano

Sou contra o verão. Clima quente significa incivilidade para mim. É inteiramente arbitrária a exaltação do sol e calor. No meu caso, tempo bom é abaixo de vinte graus.

Logo de cara, considero calor incivilizado por atentar contra a decoração pessoal. O suor provocado pela temperatura elevada destrói um visual. A roupa fica molhada. O usuário fica incomodado e começa a se mexer. O vestuário acaba amarrotado e desfigurado.

Mulheres são atingidas pelo calor na maquiagem. Algumas precisam muito de corretivos e outros artifícios para melhorar a apresentação. Só que o tal tempo bom dos boletins meteorológicos derretem a produção no rosto.

Há ainda o cheiro. Mesmo quem realiza higiene adequada e usa perfumes e desodorantes efetivos pode terminar malcheiroso num dia quente. E disfarçar o cheiro é um traço distintivo do ser humano em relação aos outros animais.

Não há disponibilidade de ar refrigerado em todos os lugares. Em algum momento o sujeito vai ficar ao ar livre. Tem de sair para almoçar ou para uma reunião fora de sua base, entre outras coisas. Aí é bombardeado pelo ar quente.

Não se trata de algo banal. Um look bagunçado pelo calorão traz prejuízos. Nódoas de suor nas axilas resultam em perdas de chances de empregos e negócios. Encontros pessoais e sexuais são cancelados ou interrompidos por conta de uma roupa melada, uma falha na maquiagem ou um odor desagradável.

Tem mais. Calor potencializa o mau gosto e a falta de senso de ridículo. Gente gorda resolve usar bermuda e camisa regata. Aí deixam aquelas banhas dos braços e das coxas à vista. Há quem ache que tem de usar roupa colorida por causa do verão e fica aberrante.

A teoria que o clima afeta o desenvolvimento dos países pode até ser reducionista. Mas é fato que, até agora, os mais ricos são mais frios que os mais pobres. Alguma coisa tem que ver.

Só que o culto ao calor também é simplificador. Começa pela história de chamar de tempo bom quando está quente e ensolarado. Para pessoas como eu temperatura elevada e tempo aberto não trazem alegria nenhuma.

E tem aquele nhenhenhém de incluir o clima tropical com componente da brasilidade. Assim como não gosto de caipirinha, feijoada e samba, detesto o calor.

Compor um visual é um pilar da civilização. E o calor atrapalha a tentativa de um ser humano se tornar melhor apresentável.







Marcelo Amaral


e-mail: mcamaral@uol.com.br


blog: www.oinsensivel.blogspot.com


www.twitter.com/marcamaral































2 comentários:

  1. tem gordo que encana de colocar umas roupas coloridas, berrantes, parece que está portando um abadá. horror, horror. o calor, como bem apontaste, é um inibidor do sexo, e a mídia prega justamente o contrário: pouca roupa, muito suor, muito sexo? necas, está errado, o calor acaba com as chances de um nheco-nheco satisfatório.

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  2. Gosta de frio? Então vem pra Guarapuava, a promessa hoje, que nem chegou o inverno é de -2°.
    Ah, mas o problema do sexo com o frio (Gilvas)é que a gente, (mulher), tira só uma perna da calça do pijama, e levantar, só depois do gelo derreter!

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