Não é só pelas chatices de Natal e Ano Novo. Aquelas mensagens piegas de “muita luz” e “muita paz”. Tem também toda uma imposição de entrar num clima de confraternização. Pior ainda são os pedidos de caixinha.
Mas até que consigo suportar. Basta não responder ou enviar mensagens natalinas. E ignorar as requisições de grana. Meu problema é que para quase tudo que eu mais gosto por conta do Fim de Ano e das Férias de Verão.
Fica sem futebol na televisão. O Campeonato Brasileiro termina no começo de dezembro. Exceto pelo Campeonato Inglês, que tem jogos logo após o Natal e inclusive no primeiro dia do ano, os certames europeus têm recesso para as Festas. Aí eu fico desorientado.
A coisa só pega de novo a partir da segunda quinzena de janeiro, quando começam as competições no Brasil. E ainda são os campeonatos estaduais, que para mim já são ultrapassados e não valem muito.
Os canais também suspendem a exibição dos episódios inéditos das séries que acompanho. Comecei a ver Law & Order: Los Angeles. Foram apenas quatro episódios e já interromperam a temporada por causa do fim de ano. House só volta com os novos capítulos em fevereiro.
Quem não tem saco para ver as reprises, acaba se dando mal. Quando os canais voltarem com os inéditos, eu já não lembro mais de coisas importantes que aconteceram e provocaram desdobramentos nos episódios seguintes. Fico perdido.
Muitas vezes tirei férias em agosto ou setembro. E não pararam as temporadas das séries por causa disso. Muito menos suspenderam os jogos.
Quer descansar no fim e início de ano, arque com as consequências. Além de pegar congestionamento, muvuca e falta d’água nas praias – falo mais especificamente dos paulistanos, que reclamam de São Paulo e saem dela justamente no período em que a cidade fica mais transitável – tem de ficar para trás nas séries e no futebol, como eu ficava em agosto ou setembro. Se bem que eu tirava férias para ficar em casa, dormindo e vendo televisão.
Se fosse possível eu contrataria o escritório de advocacia da já encerrada série de humor negro Boston Legal (Justiça Sem Limites) – que pegava causas bizarras e esdrúxulas - e entraria com uma ação contra os canais de TV. A paralisação da exibição dos novos capítulos das séries representa um dano moral para mim.
Ouvi no programa Saia Justa, do GNT, a sugestão de celebrar o Natal a cada dois anos. Mais ainda: de quatro em quatro anos, como Copa do Mundo. Eu proponho a cada 10 anos. Só peço que mantenham anuais as liquidações.
Meu Natal é uma segunda-feira útil, cinzenta e fria.
Marcelo Amaral
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